DCE Unicamp: gestão "Mais Flores!", 2007
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Resultado das eleições

[Fonte: comunidade no Orkut "'Mais Flores - DCE 2007"]

As eleições para a coordenação do Diretório Central dos Estudantes da Unicamp, e RDs nos Conselhos Superiores (Consu e CCG) aconteceram, do dia 7 ao dia 10 de novembro de 2006.

Concorreram três chapas e a apuração aconteceu no dia 11. Houve um total de 4722 votos, a maior votação da história do ME da Unicamp. Segue o resultado para a coordenação do DCE:

3.032 votos - Chapa "Mais Flores!"
820 votos - Chapa "Pra transformar Tédio em Melodia"
540 votos - Chapa "AJR - Reconstruir o DCE pela Base"
157 votos Brancos;
217 votos Nulos.

Carta programa

Apresentação

Vivemos em tempos difíceis: a luta pela transformação da sociedade, por um outro modelo de Universidade, é sempre árdua. Por isso, mesmo que se agigantem nossos desafios, desistir não é uma opção. Apresentar nossa proposta para o DCE é, então, lutar para que nossos sonhos não caiam por terra e continuar um trabalho intenso: conhecer a realidade de cada unidade, as dificuldades de cada espaço da Universidade e somá-las à luta por uma Universidade realmente Pública e Democrática.

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Somos daqueles que se encontraram em lutas de antigas gestões de DCE, na defesa da educação pública, na avaliação de cursos, nas lutas na moradia estudantil, nos Projetos de Extensão, no combate às opressões, no combate à Reforma Universitária, nos Centros Acadêmicos, no Congresso dos Estudantes… Somos daqueles que propõem a entender os grandes desafios para a transformação da realidade e que querem um movimento democrático, combativo, coerente…

Por isso não só reconhecemos os avanços alcançados nos últimos anos no Movimento Estudantil da Unicamp, como sabemos que é preciso avançar ainda mais. É preciso chegar a mais estudantes, é preciso romper as cercas da Universidade!
Transformar a Universidade dependerá das sementes que plantarmos, dos caminhos de esperança que apontarmos. Devemos engrossar nossas expectativas, nossas lutas, nosso sonho de transformação! É preciso transformar o imobilismo em sementes de indignação, em flores… Mais Flores!

Conjuntura

As duas últimas décadas foram marcadas por uma lógica, mascarada sob um discurso dito "consensual", que guia as políticas que vêm sendo implementadas na América Latina e no mundo: o neoliberalismo. Essa lógica se caracteriza por uma reformulação da ação do Estado, ou seja, ele se torna fraco na garantia dos direitos sociais básicos, mas forte na garantia dos interesses do grande capital nacional e internacional. É nesse cenário que a juventude e os trabalhadores vêm assistindo a perda de seus direitos, transformados em mercadorias, que não mais precisam ser assegurados a todos. E assim se acentuam as desigualdades, a exploração e a violência.

No Brasil, após oito duros anos da política neoliberal do governo FHC, a população depositou todas as esperanças de transformação na eleição de Lula. No entanto, Lula continuou a governar o país com uma política geral muito similar à dos anos anteriores: prioridade ao pagamento de juros ao invés de investimentos sociais, corte de gastos públicos necessários, não realização da reforma agrária. O governo ainda foi além: propôs e aprovou reformas que diminuíram os direitos, como a da previdência (2003), a universitária (em partes desde 2004) e a proposta de reforma sindical e trabalhista. Os esquemas de corrupção, que vieram à tona em 2005, são apenas o reflexo da opção política do governo, que se utilizou, assim, dos mesmos métodos de governabilidade como a compra de votos.

No estado de São Paulo, a situação não é muito diferente. Os 12 anos de governo do PSDB geraram um processo de desmonte dos serviços públicos, com a precarização e o corte de verbas. Essa situação chegou a ponto de crise institucional (como tremendos choques entre o poder Legislativo e o Executivo), e a Lei de Diretrizes Orçamentárias desse ano não foi votada, mesmo com a Assembléia Legislativa sob a ressaca do veto ao aumento das verbas para a educação, feito por Alckmin no ano passado.

Acreditamos que a política dos próximos governos estadual e federal vão se manter no mesmo caminho, indo adiante na implementação das políticas neoliberais no Brasil. No próximo ano está por vir uma nova série de reformas: universitária, sindical e trabalhista e mais uma reforma da previdência. Por isso precisamos estar preparados para combater não só as questões ligadas diretamente aos estudantes e à educação. É também imprescindível sermos protagonistas da história nas lutas junto aos movimentos sociais e outros setores da sociedade, que também têm tido seus direitos limados continuamente. Só assim, unidos, poderemos resistir a essa feroz ofensiva neoliberal e avançar na construção de uma outra sociedade: justa, igualitária e livre de qualquer tipo de exploração ou opressão.

Propostas:

  • Promover debates sobre as Reformas Neoliberais: Universitária, Sindical e Trabalhista e da Previdência. E sobre outros temas atuais que possam surgir durante o ano.
  • Continuar construindo a Frente de Luta Popular de Campinas (espaço que reúne os movimentos sociais e organiza as lutas na cidade).
  • Realizar debates junto aos Grupos e Núcleos da Unicamp, sobre temas como: Reforma Agrária, Reforma Urbana, Violência, etc.

Universidade

O sentido público em questão e a luta pelo financiamento público:

A grande questão da universidade pública, em geral, e da Unicamp, especialmente, é a destruição do seu sentido público. Isto se observa, por exemplo, quando o conhecimento gerado e reproduzido na universidade deixa de se basear nos grandes problemas de nossa sociedade (como suas desigualdades) e passa a ter o fim único de atendimento às ?necessidades do mercado?.

Com a falta de financiamento público, reforça-se a lógica do ?quem paga a banda, escolhe a música?. A iniciativa privada se infiltra cada vez mais na universida- de pública, ditando quais serão os conhecimentos nela produzidos, o que impossibilita a autonomia universitá- ria e só enfraquece o tripé ensino-pesquisa-extensão da educação pública.

Essa falta de financiamento é grave. Nos últimos 11 anos, o repasse real (sem inflação) do estado à Unicamp vari- ou pouco, em torno de 850 milhões, enquanto que o orçamento ficou cada vez mais apertado, comprometido em 92,5% com folha de pagamento (2005), sem recursos para estrutura, assistência estudan- til etc. Com toda essa crise, o então governador Alckmin vetou, em 2005, o necessário aumento de verbas (pre- visto em 470 milhões).

A (justa e necessária) expansão de vagas foi realizada muitas vezes de forma irresponsável, em detrimento da qualidade da educação. Basta ver na falta de professores: a relação de estudantes por professor saltou de 4,5, em 1995, para 9,2, em 2005. Nem é preciso comentar quantos problemas isto trouxe em diversos cursos.

A Reforma Universitária do governo Lula, depois de aprovadas algumas de suas partes como ocorreu com o SINAES, o ProUni e a Lei de Inovação Tecnológica, chega a seu ultimo estágio com o último projeto de lei no Congresso (o 4º anteprojeto) que vem para ratificar o que as outras leis já iniciaram: regulariza a cobrança de taxas nas universidades públicas, dilui as barreiras entre o público e o privado (permitindo que a iniciativa privada se aproveite da universidade pública e faz com que o dinheiro público seja investido na iniciativa privada). Além disso, diminui ainda mais o financiamento público para as universidades públicas, mantém a mesma lógica de avaliação de ranquear e punir do antigo Provão…

A estruturação dos currículos demonstra um certo descaso com a graduação: há sobrecarga de créditos em alguns cursos e esvaziamento de aulas em outros; há problemas com as grades, pré-requisitos, modalidades e ênfases. Muitas vezes faltam professores dedicados para a graduação, para as ICs; os critérios baseados em CR excluem estudantes de atividades ou disciplinas fundamentais para a formação.

Todas essas discussões já vêm sendo realizadas no Movimento Estudantil e precisam ser ampliadas e é nosso desafio dar este passo agora.

Propostas:

  • Gerais
    • Contra a Reforma Universitária: prioridade à luta pela não aprovação dos Projetos de Lei da Reforma; debates temáticos sobre as parte da Reforma (Lei de Inovação Tecnológica, ProUni, SINAES/ENADE, Decreto de Fundações e o Projeto de Lei do Ensino Superior 4ª versão); construir uma campanha nacional em conjunto com os CAs, outros DCEs, com Executivas e Federações de Curso, além de outras entidades, organizações e Frentes estudantis.
    • Campanha em Defesa da Educação Pública: continuidade à luta por mais verbas na Campanha Unificada 2007, em conjunto com as outras entidades das universidades estaduais paulistas; 11,6% para educação superior, 2,1% para o CEETEPS e 33% do ICMS para a educação em geral, na LDO 2008;
    • Campanha pela Contratação de mais professores e funcionários, em cada unidade e curso, levantando o número de contratações necessárias para repor as perdas dos últimos anos;
  • Extensão
    • Realizar junto ao Movimento de Extensão e os CAs, o V Seminário de Extensão, com o objetivo de avaliar e modificar as políticas de extensão que vem sendo tomadas pela Unicamp, debatendo o reconhecimento institucional e financiamento orçamentário para a Extensão;
  • C&T
    • Criação do Núcleo sobre Ciência e Tecnologia : conforme deliberação do 7º Congresso dos Estudantes, como um espaço aberto de discussão sobre o tema;
  • Estágios
    • Exigir na CCG a revisão do regulamento de estágios (que hoje só coloca obstáculos aos estudantes e isenta a universidade de garantir a nossa formação prática ); estreitamento do vínculo com a rede pública de ensino nos estágios de licenciatura; fim do CR como critério de seleção para estágios;

O DCE teve papel importante ao colocar no centro das atividades desta ano a Avaliação de Cursos. As reuniões da Comissão de Avaliação, o acompanhamento de atividades em cada curso e a Cartilha temática foram pontos de partida. Agora, é preciso consolidar uma cultura de avaliação entre os estudantes. Para isso, propomos:

  • Avaliação de Cursos
    • Continuidade da Comissão de Avaliação de Cursos;
    • Exigir da Unicamp a realização das Avaliações na data marcada e com liberação das aulas, conforme o calendário oficial da DAC e conseguir os Projetos Político-Pedagógicos (documento de diretrizes de cada curso) para embasar nosso processo de avaliação;
    • Exigir a publicização das avaliações de disciplinas e professores; criação de novos critérios para esta avaliação;
    • Realizar debates temáticos sobre a Avaliação Institucional da Unicamp e o SINAES (Sistema Nacional de Avaliação do Ensino Superior);

Democratização

Democratização: Acesso, Gestão e Permanência.

Para transformar a universidade, conferindo a ela seu verdadeiro sentido público, é necessário democratizá-la em todos os sentidos:

  • Vencer suas barreiras de isolamento: as cercas, catracas e o Cartão Universitário utilizados na maioria das vezes como forma de impedir a participação da comunidade externa e interna no cotidiano da Universidade.
  • vencer a concepção do ?vestibular como mérito?, que mascara a realidade de falta de vagas na Universidade Pública e foge do debate essencial: a universalização do acesso.
  • democratizar a permanência na universidade, dando direito a todos de mesmas condições de estudo e vivência (o que mostra que a luta isolada pela ampliação de vagas não é suficiente).É fundamental, portanto, a luta por melhores políticas de direito à permanência, que hoje na Unicamp desconsideram as condições de sobrevivência e são insuficientes para contemplar a todos que precisam.
  • Democratizar o conhecimento aqui produzido, para que ele seja de caráter público e que, de fato tenha uma finalidade pública e sirva à sociedade.
  • Democratizar a Universidade na sua estrutura decisória: para que todos que a constroem cotidianamente (funcionários, estudantes e professores) participem igualmente na tomada de decisão de seus rumos, de forma a construirmos conjuntamente uma universidade realmente democrática.

Propostas:

  • Assistência Estudantil
    • Dar continuidade à Comissão de Assistência Estudantil do DCE, que deu visibilidade para a luta provocando a queda do coordenador do SAE.
    • As principais lutas da Comissão serão: por clareza nos procedimentos de seleção das bolsas em 2007; mais Bolsas-auxílio, exigindo que esta contemple a demanda imediatamente; transformar a bolsa-trabalho em bolsa estudo, para que o aluno que precisa de auxílio não perca horas de estudo em trabalho precário; que a bolsa alimentação contemple almoço e jantar;
    • A Moradia Estudantil merece atenção especial: continuidade às movimentações ocorridas neste ano, como a luta contra a expulsão de hóspedes e estrangeiros, a luta pela autonomia das casas, contra a cobrança de taxas. Devemos lutar também pela sua ampliação: que se cumpra o projeto inicial da moradia (de 1989) que previa a 1500 vagas.
    • Lutar pela construção da moradia em Limeira (antiga necessidade e que vai piorar com a expansão de vagas do novo campus), além de cobrar a implantação do ônibus intercampi que promova a integração dos três campi da Unicamp.
  • Acesso
    • Fazer a discussão sobre a política de expansão de vagas e a criação de cursos da reitoria da Unicamp (que não leva em consideração a ampliação de verbas necessária para o aumento de estrutura, contratação de professores funcionários e assistência estudantil.);
    • Dar continuidade à campanha "REItor da Sucata" que, de forma criativa, difundiu a discussão sobre a expansão inconseqüente de vagas, expressa no atual projeto do Novo Campus de Limeira;
    • Realizar em conjunto com os cursinhos populares uma campanha pela isenção da inscrição para o Vestibular da Comvest.
  • Gestão
    • Dar continuidade à Campanha "40 anos sem Democracia", como forma de difundir o debate sobre as instâncias de decisão da universidade, tendo em vista a luta pela paridade (mesma proporção para professores, funcionários e estudantes) nestes espaços;
    • Lutar pela retomada da nossa autonomia para organizar as eleições para representantes discentes para o Consu e CCG. Lutar pela homologação dos Representantes Discentes eleitos no processo organizado pelo Movimento Estudantil;
    • Organizar o IV Encontro de Representantes Discentes da Unicamp, juntando os RDs das unidades para debater as pautas da universidade, como a Avaliação de Curso.

Movimento Estudantil

Quando falamos de movimento estudantil, nos referimos aos estudantes em movimento, que se organizam, pelos mais diversos motivos: a qualidade dos cursos, a falta de professor, mais assistência estudantil, a vivência no campus, melhor formação prática, a busca de maior participação nos espaços de decisão da universidade, a relação com a comunidade externa, a política nacional…

Na condição de estudantes, temos um grande potencial de questionamento e intervenção na realidade. Somos na maioria jovens e a própria universidade nos possibilita ter acesso a conhecimento, tempo e espaço de convívio, permitindo que nos organizemos. Além disso, na universidade se formam aqueles que ocuparão cargos importantes, os formadores de opinião, professores, técnicos, administradores, o que nos coloca numa posição social de influência na reprodução ou no combate à ideologia dominante.

No entanto, a própria universidade pode estabelecer obstáculos à nossa participação: currículos muito carregados, cobrança excessiva do CR, as horas de trabalho exigidas pela bolsa-trabalho, estrutura hierarquizada da universidade…

É importante identificarmos esses limitantes para pensarmos como superá-los. Além disso, é necessário reconhecermos as diferenças de origem, condição social, necessidades e objetivos dos estudantes. Partindo dessas especificidades, devemos propor formas, espaços e atividades que consigam dialogar com a nossa realidade de estudante, aproximando e despertando a necessidade de organização.

Propostas:

  • Cultura, Arte e Vivência
    • Usar o saguão do PB como espaço de intervenções culturais: mostra de vídeos, apresentação de grupos culturais, instalações de protesto, intervenções político-culturais, (como a do ?Reitor da Sucata?, que tratava do Novo Campus de Limeira);
    • Construir ativamente, juntos aos CAs, a Calourada Unificada de luta contra essa Reforma Universitária e demais Reformas, envolvendo ativamente os campi externos;
    • Contribuir na luta pela construção do Teatro Laboratório do IA;
    • Usar a criatividade, o senso de humor, elementos da música, dança, teatro, poesia e outros como formas de aproximação, divulgação e potencialização das atividades do ME;
    • Realizar exposições de fotos, como a exposição Mulheres Lutadoras, que aconteceu na Calourada 2006, principalmente em datas simbólicas;
    • Organizar o Cine-DCE, inaugurado no 7º Congresso dos Estudantes;
    • Organizar e incentivar a realização de festas nos campi, organizando festas junto aos Centros Acadêmicos e dando continuidade à Comissão de Festas do DCE, dando-lhes caráter político e de resistência;
    • Realizar um CRU para organizar Calendário Conjunto de atividades, debates, semanas e festas de todo o ME;
    • Realizar saraus e luaus temáticos (como o Luau contra a Guerra, em 2003 ou o Luau da Calourada, em 2006);
    • Divulgar nos materiais e no site do DCE as atividades e programações culturais organizadas pelos estudantes, assim como mostras de filmes na Casa do Lago, etc.
    • Incentivar e colaborar na construção de eventos como o Virada a Lua (que ocorre na Moradia), as produções do Unicena, do Unidança, do Unimúsica (do futuro Uniplásticas), o Feia, a BioArt, a Marte (Mostra de Arte em Limeira), etc;
    • Realizar atividades esportivas com caráter de integração e contestação, como as partidas de Futebol-Misto (como a realizada na Calourada Integrada), incentivando a prática esportiva que fuja da lógica da competição, da exclusão e do alto-rendimento.
  • Comunicação
    • Manter o site do DCE em software livre e produzir boletins periodicamente;
    • Continuar a publicação dos Cadernos do DCE, importantes materiais que aprofundam debates específicos (como Avaliação de Curso, o Novo Campus de Limeira, Democracia na Universidade, etc);
    • Produzir (pelos menos a cada 3 meses) um Jornal do DCE, onde constem, também, textos dos Centros Acadêmicos;
    • Enviar informes via e-mail, colar cartazes nos institutos, pontos de ônibus e na Moradia, tentando chegar ao maior número de estudantes possível. E também realizar passagens em salas de aula, panfletagens no Bandejão e na Moradia, divulgando as atividades do Movimento Estudantil;
    • Criar uma lista de RDs, onde possam se comunicar os RDs da Unicamp e realizar articulações e debates sobre as pautas;
    • Incentivar a retomada do Núcleo Imprensa e Sociedade e equipar a Sala de Comunicação do DCE, para que os Centros Acadêmicos, Projetos e Núcleos possam se apropriar dos instrumentos de Comunicação e Divulgação, como já vem acontecendo;
    • Realização de Debates sobre Mídia Alternativa;
  • Diálogo, Método, Discussões e Decisões
    • Prezar por levar o DCE ao cotidiano dos estudantes, continuar acompanhando o dia-a-dia dos Centros Acadêmicos, ampliando as discussões do conjunto do Movimento Estudantil e contribuindo na construção de discussões e mobilizações específicas;
    • Efetivar a discussão e as decisões da Assembléia Geral dos Estudantes através de uma construção conseqüente, que comece com uma ampla divulgação nos mais diversos espaços da Unicamp e com a discussão dos temas nos institutos (Grupos de Discussão, Centros Acadêmicos, etc);
    • Incentivar espaços diferenciados de discussão e integração dos estudantes, que necessariamente não seguem os modelos tradicionais, como o CAPuccino, o CABreja, o CAFritas, minduCAFEA, etc… onde discussões específicas ou gerais se dão de maneira informal.
    • Incentivar a participação dos estudantes em espaços do ME que tratem de questões específicas , bandeiras e movimentos sociais, como o Núcleo pela Reforma Agrária, Núcleo por uma Reforma Urbana, Núcleo de Saúde, Cursinhos Populares, Coletivos de debate sobre Opressões (Diversidade Sexual, Luta Feminista, etc).

Movimento Estudantil nacional

É fundamental que a organização dos estudantes também aconteça em âmbito estadual e nacional, para que o ME esteja preparado para as questões que estão nestas esferas e que influenciam direta ou indiretamente em nossa realidade cotidiana. Um exemplo de política que está sendo implementada e que devemos buscar debater com estudantes de todo o país é a reforma universitária, proposta pelo governo Lula.

O principal espaço de organização nacional são os fóruns da União Nacional dos Estudantes (UNE), que, hoje, de- fende a reforma universitária e deixa de lado grande parte das bandeiras defendidas historicamente pelos es- tudantes, como a ampliação do acesso em instituições públicas, a não cobrança de taxas nestas instituições e a defesa da educação como um direito. É uma posição defendida por grupos que compõem a direção majoritária da entidade, em especial a UJS (União da Juventude so- cialista), que prefere negar as lutas históricas dos estudan- tes a desgastar o governo Lula.

Tais posições foram decididas nos fóruns da UNE, em que, com todos os problemas de representatividade e denúncias de fraude, se expressa uma política que corresponde a um cenário geral do ME e, portanto, de falta de debate, de desmobilização, desarticulação. Ou seja, mudar esse rumo do movimento, que perdeu parte do seu encanto, do seu projeto e de sua combatividade, é difícil.

Acreditamos que o principal desafio dos estudantes, hoje, é o de superar nossas limitações, nossas políticas e práticas que ainda permitem que a direção majoritária da UNE continue a reproduzir um movimento que combatemos. Mas essa superação deve se dar em nosso processo de luta cotidiana pelos direitos dos estudantes em geral, e através da luta reconstruirmos as bases de um movimento estudantil nacional autônomo e independente de qualquer governo. Para que isso ocorra, é importante estarmos presentes nos fóruns da UNE, onde o ME nacional ainda se referencia; seria um equívoco prescindirmos da participação na UNE para denunciar as posições equivocadas e reunir mais estudantes nesse movimento.

É para dar condições para essa superação que defendemos a participação do DCE e do ME da Unicamp na Frente de Oposição de Esquerda (FOE-UNE). A FOE é uma iniciativa nacional de estudantes de vários grupos e entidades que têm buscado a unidade da esquerda nesse momento difícil. Sua tarefa é a de demonstrar o equívoco da direção majoritária da UNE, com uma política firme de oposição, construindo lutas capazes de reunir todos os estudantes, inclusive aqueles que não reivindicam a UNE.

Propostas:

  • Levar aos CAs e ao conjunto dos estudantes o debate sobre organização do movimento estudantil, em âmbito nacional e estadual, e a importância da participação nos espaços de decisão da União Estadual dos Estudantes (UEE) e da União Nacional dos Estudantes (UNE) - Conselho Estadual de Entidades de Gerais (CEEG), Conselho Nacional de Entidades Gerais (CONEG), Congresso da UEE (CONUEE) e Congresso da União Nacional dos Estudantes (CONUNE);
  • Acompanhamento e divulgação dos espaços da Frente de Oposição de Esquerda da UNE, conforme aprovado no 7° Congresso de Estudantes da Unicamp;
  • Construir diálogo constante com os DCEs das universidades estaduais paulistas para intervirmos de forma articulada nas campanhas estaduais e debatermos sobre a organização de um Encontro de Públicas, reunindo os estudantes das três estaduais paulistas.

Saúde

A área da Saúde da Unicamp reúne diversos cursos e, também, o Hospital das Clínicas, o espaço de maior contato da população com a Unicamp.

Apesar da importância, o HC vive um momento de crise: seus serviços estão com problemas, há a greve de funcionários e de médicos residentes… E a superintendência do HC insiste que a saída deve ser a Fundação da Área da Saúde (FAS) e a autarquização (transformação em Autarquia, com controle pelo Governo do Estado e não mais pela Unicamp) de toda a área de saúde da Unicamp.

No entanto, o que precisamos é de mais verbas públicas para a área da saúde, para garantir, além do bom atendimento à saúde da população, melhores condições de ensino e pesquisa. demais, devemos defender o Sistema Único de Saúde, com estrutura e financiamento públicos, buscando a plena implementação das políticas públicas de saúde, em defesa de sua integralidade, equidade e universalidade.

Propostas:

  • Lutar pela regulamentação conjunta do trabalho em saúde associada à revogação de todos as leis que servem aos interesses de corporações, e não da sociedade, ao invés da regulamentação da profissão, uma vez que nenhum dos atos profissionais existentes, nem o Projeto de Lei do Ato Médico, serve às necessidades de saúde da população;
  • Maior integração da universidade com o SUS, ampliando o contato com os movimentos que reivindicam o direito à saúde e o SUS público em Campinas e região;
  • Realizar debates sobre a "Farmácia Popular", projeto do governo Lula que destina recursos públicos às indústrias farmacêuticas.
  • Realizar debates sobre o papel social da universidade e sua área da saúde, sobre o controle social e conselho de saúde da Unicamp;
  • Realização da Semana da Saúde, organizada por e para estudantes de todas as áreas.
  • Apoio aos projetos de Extensão que envolvem a gestão de sistemas e a educação em saúde;

Opressões

Muitas vezes afirma-se que dentro da universidade não existe machismo, racismo e nem homofobia. Mas então, por que quase não existem estudantes negros aqui dentro, tão poucas mulheres em cargos de direção, e tão raras as ações de afeto entre pessoas do mesmo sexo? O debate das opressões passa pela desnaturalização de nossas relações sociais.

O entendimento da mulher como quem cuida da casa, do negro como uma raça inferiorizada e das relações homossexuais como proibidas foi construído historicamente em nossa sociedade e estamos acostumados a reproduzir. Mas isso pode e deve ser questionado e transformado.

Buscamos trazer constantemente esse debate à tona este ano, através da Calourada Integrada de Combate às Opressões e das diversas atividades construídas pela Comissão de Combate às Opressões do DCE, como a I Parada Universitária da Diversidade Sexual. Para avançar ainda mais devemos ampliar esses debates e conseguir envolver todas e todos as/os estudantes nessa luta.

Propostas:

  • Combate sistemático e denúncia a toda e qualquer forma de opressão na universidade.
  • Levar o debate das opressões aos Centros Acadêmicos, incentivando-os a construir a Campanha de Combate às Opressões nos institutos de acordo com a realidade de cada curso;
  • Construção de atividades e campanhas conjuntamente com o Núcleo de Diversidade Sexual da Unicamp, além do apoio e incentivo à criação de espaços de auto-organização dos setores oprimidos;
  • Ampliar os debates e atividades para além das datas de visibilidade - como o 28 de junho (Dia do Orgulho LGBTT), o 8 de março (Dia de Luta Contra a Opressão da Mulher), o 20 de novembro (Dia da Consciência Negra), construindo uma campanha mais constante;
  • Manter e ampliar a Comissão de Combate às Opressões do DCE;
  • Elaborar um calendário de discussão e lutas, em conjunto com os CAs e núcleos, para tratarmos de questões como cotas, legalização do aborto, união civil homossexual, criminalização da homofobia, bandeiras dos movimentos que discutem as opressões específicas;
  • Realizar a II Parada Universitária da Diversidade Sexual;
  • Participar da construção do II Encontro Contra a Opressão da Mulher;
  • Realizar o debate sobre o negro e a questão racialdurante todo o ano, e não apenas no mês da consciência negra (novembro).

Componentes da Chapa

DCE

Artes Cênicas
Bruna Carla - 06

Ciências Sociais
Mariana (Nana) Takahashi - 03
Marina Rebelo - 04
Patrícia Lemos (Pat) - 04
Carolina Filho - 05

Cursão
Guilherme Fernandes (Modelo) - 06
Alex Gomes de Oliveira - 06

Economia
Artur Monte Cardoso - 04
Daniel M. Cardoso (Calypso) - 06
Theo Martins - 06

Ed. Física
Mariana Zuaneti Martins - 04
Marina Kawanishi - 02
Rodrigo Braga do Couto Rosa - 05

Eng. de Alimentos
Caio Matsui - 05
Luiz Ferraz - 05

Eng. Civil
Guilherme Sarausa (Saralee) - 03
Pedro Andrade - 05

Eng. de Computação
Diego Machado de Assis - 03

Eng. Mecânica
Ed Carlos Alves Rocha - 05

Eng. Mecatrônica
Guilherme Andrigueti (Firmezinha) - 05

Eng. Química
William Araujo Limoeiro - 04

Farmácia
Ricardo A. de Souza (Bob) - 04
Thays Oliveira (Thysa) - 06

Física
Alexandre Baquero (Ari) - 04

Fonoaudiologia
Gabriela Menegatti - 05

Geografia
Vitor Pelegrin - 05
Sérgio Henrique - 05
Thiago Jacovine - 04

Letras
Elisa Domingues Coelho - 06
Larissa Higa (Larão) - 04
Luana Mercúrio - 05
Reginaldo Nascimento (Birosca) - 06
Rodrigo Nascimento (Digão) - 04

Matemática
Elisabeth de Holanda (Beth) - 04

Medicina
Ana Claudia Vaz - 04
Maria Fernanda Righi (Mafê) - 03

Odontologia
Cássio Onishi (Buda) - 03

Pedagogia
Gabriela Villagra - 05
Marcela Pergolizze - 05
Renata Guelfi Rossini - 06
Thamires Raquel Mathias - 06

Química
André Guerrero (Ploc) - 03
Michel Fernando - 06

Tec. Construção Civil
Márcio da Silva Soares - 06
Rodolfo José Viana Sertori - 05

Tec. Saneamento Ambiental
Jaqueline G. Honório - 06

CONSU

Iuriatan Muniz (Iuri) - C. Computação 03
Artur Monte Cardoso - Economia 04
Mariana Zuaneti Martins - Ed. Física 04
Rodrigo B. Couto Rosa - Ed. Física 04
Caio Matsui - Eng. Alimentos 05
Sérgio Texeira - Geografia 05
Rodrigo do Nascimento - Letras 04
Rodolfo J. V. Sertori - Tec. Cons. Civil 05

CCG

Marina Rebelo Tavares - C. Sociais 04
Patrícia Rocha Lemos - C. Sociais 04
Guilherme Sarausa - Eng. Civil 03
Guilherme Soler - Eng. Civil 03
Ricardo A. Souza (Bob) - Farmácia 04
Alexandre Baquero (Ari) - Física 04
Maria Fernanda Righi (Mafê) - Medicina 03
Gabriela Villagra - Pedagogia 05
Marcela Pergolizze - Pedagogia 05
Renata Guelfi Rossini - Pedagogia 06
Daniel Guarentei Rossini - Química 03
Rafael B. da Silva - Tec. Cons. Civil 06

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Contato

E-mail: moc.liamg|serolfsiam#moc.liamg|serolfsiam

[Fonte: Blog maisflores]

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