UFRJ homenageia estudantes que resistiram à ditadura militar

Agência UFRJ de Notícias/CSS, 25/09/2006
Por Geralda Alves e Isabela Bonisolo

A sessão especial do Conselho Universitário (Consuni) realizada no Auditório Rodolpho Paulo Rocco (Quinhentão), no Centro de Ciências da Saúde (CCS), resgatou um episódio importante da resistência democrática contra a ditadura e a favor da autonomia universitária: a invasão, na madrugada de 23 de setembro de 1966, do antigo prédio da Faculdade Nacional de Medicina (FNM), no Campus da Praia Vermelha, que resultou na depredação do edifício e em agressões a mais de 600 estudantes que haviam nele se abrigado.

A comunidade universitária pôde reviver um pouco daquele episódio, que ficou conhecido como “Massacre da Praia Vermelha”. Fotos da época foram expostas no hall do auditório Quinhentão, emocionando muitos dos convidados que participaram, à época, como estudantes ou professores, na resistência àquela agressão à autonomia da universidade.

Durante a exibição do curta-metragem sobre a Invasão da FNM, produzido pela Divisão de Mídias Audiovisuais da CoordCOM, depoimentos e imagens rememoraram o contexto histórico e cultural, assim como a trajetória do movimento estudantil, com a União Nacional dos Estudantes (UNE) à frente, durante a ditadura militar. A luta dos estudantes, aliás, foi ressaltado pelo reitor Aloísio Teixeira, à época estudante e participante do episódio: “o Conselho Universitário homenageia não com uma simples posição festiva. Nós prestamos essa homenagem ao passado, pois a história é a argamassa para a construção da sociedade”. Sangue, suor e lágrimas, foram palavras utilizadas pelo professoremérito Antonio Paes de Carvalho no curta-metragem exibido durante a rememoração, expressam bem o clima dos anos de chumbo que marcaram a vida do país.
Logo após o reitor abrir a sessão especial do Consuni, Lucas Tramontano, representante do Diretório Central dos Estudantes - DCE Mário Prata - assinalou que o movimento estudantil, nos dias atuais, se vê diante de grandes desafios: “é preciso romper a apatia e a despolitização, visando ampliar a democracia na universidade. O acesso ao Ensino Superior público ainda é elitizado e faltam condições adequadas de assistência aos estudantes, como bandejão e alojamento”.

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