Pucviva nº649, 10 de março de 2008
FALA COMUNIDADE
CA Benevides Paixão
O lamentável episódio que ocorreu na segunda-feira, 25/02, revela um tenebroso futuro para a PUC-SP. Ao tentar entrar com um sofá para o CA Benevides Paixão, um estudante foi covardemente agredido por um funcionário terceirizado pela PUC-SP, um Graber. Após tomar um soco na cabeça, o estudante ainda foi insultado.
Aliás, o clima entre estudantes e “os grabers” está cada dia mais florido. Quem não a-do-ra ser encarado toda vez que cruza alguma portaria? Quem não se diverte com os risinhos e as piadinhas internas? Existe cena mais bonita que ver meia dúzia de grabers juntinhos para evitar que instrumentos musicais adentrem a sagrada PUC-SP? (cena que se repete a cada quinta-feira, quando os meliantes pretendem sambar — que absurdo!).
O estado de saúde do estudante é estável. Pelo jeito, o agressor não aproveitou o desjejum como deveria. Enfim… enganam-se os que acreditam que esse artigo se voltará contra os trabalhadores da Graber. O agressor foi transferido para outro local de trabalho. Isso já é mais do que suficiente. Quem sabe em outro ambiente ele não consiga pôr sua cabeça no lugar e aprender que a violência não resolve nenhum problema?
Conhecemos muito bem os verdadeiros culpados (leia-se “Reitoria”). São aqueles que, diariamente, praticam terrorismo psicológico para cima dos “grabers”, tentando convencê-los de que os estudantes mobilizados são inimigos. Alguns acreditam e se divertem com essa guerrinha. Outras vezes, os próprios estudantes entram no jogo, descontrolam-se ou caem em provocações (é difícil ver um companheiro ser agredido e achar graça na situação).
Para exemplificar o papel de bode expiatório que “os grabers” assumem, podemos usar o processo punitivo que a Reitoria está movendo contra nove estudantes supostamente envolvidos na ocupação. Em tal caso, antes de ouvir os acusados, os primeiros a prestarem depoimento foram “os grabers”. Aliás, toda a acusação está baseada nas denúncias dos seguranças terceirizados, que são, vergonhosamente, induzidos a delatar os estudantes que a magnífica reitora Maura quer tanto punir. Durante as sessões de identificação, as fotos utilizadas continham os nomes dos acusados. Dessa maneira, até quem nada viu consegue identificar um meliante.
Ultimamente, quando passamos pelas portarias e corredores da PUC-SP, podemos ver “os grabers” lendo os materiais produzidos pela comunidade puquiana. Excelente — parece que finalmente eles se cansaram de assumir esse papel, de tomar (ou dar) porrada de todos os lados. Quanto mais PUCvivas, panfletos do movimento estudantil, ou até (quem sabe?) o A Semana da Reitoria eles lerem, melhor. Com informação é mais difícil o controle.
“Grabers”, em relação aos nossos materiais, podemos adiantar que o jornal do CA Benê, o Catar Feijão será explosivo. Reservem já os seus exemplares! É que contra o poder vigente e o mau-caratismo reinante, temos apenas uma arma: o deboche. Por isso, queridos bur(r)ocratas (e eventuais agressores), não levem tão a sério se algum dia ironizarmos seus nomes, ou suas fotos brotarem, de repente, nas paredes da PUC-SP. Motivos não faltam.
Centro Acadêmico Benevides Paixão (Comunicação)