MNN — Brasília17, 10 de março de 2008
REPRESSÃO — FFLCH-USP
Na última quinta-feira, diante da festa chamada pelo boletim TERRITÓRIO LIVRE no espaço dos estudantes da Sociais/Filosofia na USP, os burocratas ficaram morrendo de medo que os estudantes derrubassem a laje construída nas férias pelo diretor Gabriel Cohn. O enorme aparato repressor mobilizado pela burocracia acadêmica contra a festa manifestou sua fragilidade total, mas ainda mais gritante foi o caráter traidor assumido abertamente pelo PSOL.
A burocracia universitária é um tigre de papel
Quando ouviram dizer que a laje que rouba o porão dos estudantes seria derrubada naquela noite, os burocratas devem ter entrado em desespero.
—- Não, de novo não, eles já derrubaram a jaula, agora será também a laje? E depois da laje, o que virá? Vão querer impedir também a reforma na Letras, na História/Geografia… vai começar tudo de novo, eles vão querer tudo! Aqueles selvagens!
O medo era tanto que os chefes de departamento fizeram uma reunião de emergência, deixaram a segurança em alerta e chamaram a Guarda Universitária para intervir na festa caso ocorresse qualquer "transgressão". Mas não foi só isso: horas antes da festa, eles fecharam a ligação do prédio com a Letras para ninguém entrar na festa, e cancelaram as aulas da noite na Sociais! Isso mesmo, cancelaram todas as aulas e liberaram os estudantes para esvaziar o prédio, usando a desculpa de uma "aula magna", ministrada por uma grande aliada do diretor.
As contradições da dominação da burocracia acadêmica na universidade são tão grandes, o diretor tem tanto medo de seus alunos que ele precisa mobilizar todo esse aparato repressor e evacuar todo o prédio por causa de uma festa! A operação de guerra montada pela burocracia, longe de manifestar sua força, mostra a fragilidade total desses "intelectuais" serviçais que controlam a universidade; eles estão morrendo de medo, e um simples cartaz é capaz de faze-los esvaziar o prédio!
O PSOL está do lado deles
Mas o pior não é que os professores da FFLCH sejam burocratas-policiais que articulam um plano como esse em conjunto com a segurança, a Guarda Universitária (e provavelmente também a PM) para evitar que os estudantes retomem seu espaço. Segundo vários relatos, quem disse aos burocratas que a laje seria derrubada na festa foram estudantes do PSOL, membros do CA da Sociais!
E não é só isso. Os pelegos do PSOL ainda aceitaram a proposta da burocracia universitária, de esvaziar o prédio e deixar a Guarda Universitária de prontidão. Sem sequer falar com os organizadores da festa, o PSOL participou ativamente da execução do plano da burocracia, divulgando (como mostra a foto) a "aula magna", que foi a desculpa usada pela burocracia para cancelar as aulas!
No começo da festa, quando acreditavam que seria derrubada a laje, vários militantes do PSOL estavam presentes. Será que era para apoiar a retomada do porão? Certamente não. Não precisamos perguntar aos "companheiros" do PSOL o que estavam fazendo na festa que eles mesmos tentaram bloquear, junto com a burocracia e a Guarda. Estavam lá para chamar a Guarda e a Polícia para reprimir quem tentasse alguma coisa, é para isso que estavam lá!
O texto original pode ser lido no seguinte endereço:
http://www.brasilia17.org/noticia.php?secao=ed&indice=080310a