Suplicy - Reunião Paço

No último sábado, o Senador Eduardo Suplicy veio à Fundação Santo André, com a intenção de estabelecer um diálogo entre os estudantes e professores, que exigem a saída do reitor, e o próprio reitor Odair Bermelho. Também estiveram presentes como convidados o Deputado Federal Ivan Valente, o presidente da Câmara de Santo André, José Montoro Filho (Montorinho), o presidente da Associação dos Docentes da Usp, Otaviano Heleni, o diretor do Sinpro, Helio Rios, e um representante da organização Tortura Nunca Mais, além do advogado dos alunos e professores, Dr. Yvan Miguel. A atividade reuniu cerca de 650 pessoas.

Com exceção de Suplicy, que preferiu intermediar um diálogo entre as partes, articulando uma reunião (na hora, fazendo os convites pelo celular) entre o prefeito João Avamileno, os pré candidatos à prefeitura de Santo André, Vanderlei Siraque e Ivete Garcia, o reitor Odair Bermelho e comissões de alunos e professores para às 15h30 desta segunda-feira (22), todos os presentes afirmaram que a saída do reitor é necessária, que não é mais possível o diálogo com o mesmo depois de todas as atitudes que tomou:

Montorinho:
"O diálogo está muito difícil, o reitor é uma pessoa difícil(…) A Fundação é tudo na vida de Santo André, particularmente na vida dos estudantes e professores, e tem uma administração que não dialoga (…) Não vejo outra saída que não seja o afastamento definitivo do reitor". Ele comparou o reitor à Renan Calheiros — que depois de tantas pressões para deixar o cargo acabou pedindo o próprio afastamento — provavelmente sugerindo que o reitor fizesse o mesmo.

Dr. Yvan Miguel:
Sobre a reintegração: disse que a própria liminar de em posse da polícia no dia da reintegração não foi cumprida, pois a mesma determinava desocupação dos prédios — Fafil, Anexo II e Colégio — mas os alunos e professores presentes foram obrigados a sair do prédio e ficar na rua (como era madrugada não havia ônibus). "A única forma de solucionar a questão da FSA é a saída do reitor, o diálogo não é mais possível"

Deputado Federal Ivan Valente:
Elogiou a luta dos alunos e professores como um "exemplo de resistência, tenacidade, garra e luta pela democracia". Disse ainda que "o reitor não tem mais condições morais, políticas nem acadêmicas de estar a frente de qualquer instituição de ensino." Enfatizou que a fundação é uma faculdade pública, questionando como pode ser requerida uma reintegração de posse pela reitoria. Comentou que havia conversado com o reitor da USP quando a reitoria de lá havia sido ocupada, e disse que a mesma mensagem vale para o reitor da FSA: "Um reitor que chama para entrar no capus pode cometer um erro sem volta em sua vida acadêmica (…) o campus universitário é sagrado, é local de estudantes, professores, do saber!"

Ressaltou que "foi a força do movimento que manteve a pressão até agora, ela é indispensável para a resolução da situação" e finalizou: "Como pode o reitor chamar a tropa de choque duas vezes e depois querer o diálogo? Ele tem que sair! (…) a saída do reitor será inevitável".

Ainda foram lembradas diversas situações e problemas, nas falas de alunos e professores e pais de alunos:

  • a demissão de 6 professoras realizada pelo reitor há poucos anos por questionarem questões administrativas da instituição;
  • que depois de serem readmitidas (através de um processo trabalhista) a forma de "diálogo" do reitor ao longo dos anos tem sido processos;
  • que, ao contrário do que o reitor afirma, muitos alunos da FAECO e FAENG apóiam a saída do reitor, mesmo que não estejam em greve, pois seus prédios também possuem graves problemas administrativos e acadêmicos,
  • que não é um grupo minoritário da Fafil que está em luta ( o reitor afirma que são cerca de 150 alunos e 40 professores, mas ele está com os dados errados, já que são cerca de 150 professores e 5.000 alunos com as atividades paralisadas, querendo sua saída do cargo - sem contar os alunos que, mesmo sem estarem paralisados, defendem a saída do reitor);
  • que existem diversas ingerências nos três prédios, como diretores e coordenadores de curso colocados nos cargos sem eleições ;
  • que o Colégio da Fundação Santo André também está em luta contra o reitor;
  • que há uma série de protestos em universidades públicas de todo o país, que refletem que os problemas do ensino superior vive não se limitam à FSA;
  • projetos de convênio /pesquisa foram cortados arbitraria e inexplicavelmente pela reitoria da faculdade, quando beneficiariam alunos, profesores e comunidade (um dos convênios estabelecido com uma universidade do Canadá e um dos alunos que havia ido para outro país como bolsista do projeto terá que voltar);
  • Que a suposta comissão de diálogo montada pelo reitor há um mês, segundo conversa dele com Suplicy no telefone, na verdade trata-se de um grupo de pessoas ligadas a Bermelho (há 2 professores de cada prédio nesta comissão de diálogo, escolhidos pelos DIRETORES. Os 2 integrantes da fafil são parentes da diretora - cunhado e irmã).
  • Foi pedido a Suplicy que não agisse apenas intermedianto um diálogo, mas que entrasse na luta contra o reitor.

Em assembléia, realizada após a atividade com o Senador, foram definidas as pessoas que irão compor as comissõees de alunos e professores para a reunião de segunda. Decidiu-se não realizar a passeata que estava programada, pois a atividade acabou depois das 18h.

Reunião segunda-feira
Senador Eduardo Suplicy, Prefeito João Avamileno, pré-candidatos à prefeitura de Santo André, Vanderlei Siraque e Ivete Garcia, reitor Odair Bermelho, 6 alunos e 6 professores da FSA
Concentração: 15h no Paço Municipal de Santo André
Assembléia geral — Segunda-feira às 19h30 na Fafil

Blog da ocupação, Segunda-feira, 22 de Outubro de 2007

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