Informes

07 de abril

Alunos de diversos cursos ocupam prédio da reitoria aguardando posicionamento mais consistente da mesma!

Após assembléia no Instituto de Geociências da UFMG, às 12 horas, alunos de diversos cursos decidem por invadir a reitoria da universidade. A partir das 18 horas 300 estudantes lotam o auditório da reitoria e junto às seguintes autoridades fizeram uma longa discussão: Ronaldo Pena (reitor),Heloisa Starling (vice-reitora), Cristina Augustin (diretora do IGC) Tânia Dussin (vice-diretora do IGC). Pouco esclarecedora por parte das autoridades e possivelmente diversificada demais em relaçâo às revindidicações, muitas vezes vezes fugindo da palta inicial, mas geralmente de explicitação de um viés político. Isso por parte dos alunos que falavam e especilmente do componentes da mesa. Após assembléia dos alunos, vota-se para permanecer no prédio. Comissôes estão sendo criadas e "leis" ao movimento também. Não se pode nem beber e nem usar nenhum tipo de droga no espaço interno invadido. Cabe lembrar porque isso tudo começou?

08 de abril

Apoio aos estudantes

Todo o apoio aos estudantes!
Já basta de tanto controle policial sobre a universidade, que deveria ser uma entidade autônoma. Basta de militarização do campus e criminalização do protesto dos estudantes. A universidade é um campo de pensamento crítico, e não deve ser alvo desses animais armados que entram em território alheio arbitrariamente.
Afinal, que crime há em passar um filme sobre uma conduta tida como "ilícita"? Acaso estavam consumindo algo no local? Fazendo apologia de algo?
Movimentos como esse contribuem para uma maior democratização de um bloco autocrático como o que é a UFMG (e demais universidades federais). Espero que possam construir, passo a passo, a autonomia e o processo deliberativo realmente democrático.
Já é possível notar resultados nesse feudo que é a UFMG, mas ainda falta MUITO para ser uma universidade de verdade.

Saudações.

Sobre o acontecido do dia 3 de abril no IGC da UFMG

Às 19:30 do dia 03 de abril de 2008, face à exibição do documentário "Grass" — dirigido por Ron Mann e veiculado no Brasil pela editora Abril, com venda disponível em bancas de revista — no Instituto de Geo Ciências da Universidade de Minas Gerais, a polícia militar é chamada ao campus e lá comparece com um destacamento composto de várias viaturas e um helicóptero. Foi supostamente convocada ao campus pela Vice-Reitora, Reitora em exercício Heloísa Murgel Starling, que mais tarde negou ter qualquer envolvimento com a presença da PM na universidade e com os eventos subseqüentes a essa presença.

A diretora do IGC Cristina Augustin, em ofício à Reitoria, informou que tal atividade — a exibição do filme na arena da unidade — não havia sido autorizada e portanto pedia reforço de segurança nas dependências do IGC. (confira aqui tal ofício e a sanção feita pela Reitora em exercício: http://www.ufmg.br/online/arquivos/008164.shtml)

De alguma forma, entre a mostra do filme marcada para as 17:30 horas — mostra essa que contava com a presença de apenas 15 estudantes —, e as 19h, a Polícia Militar apareceu em peso na unidade, prendendo estudantes inocentes — um deles calouro que não sabia o que se passava —, espancando outros mais e inclusive ameaçando o professor Guilherme Knauer com uma motocicleta, a qual foi deliberadamente jogada para cima deste. Por sorte, o professor conseguiu segurar o veículo pelo guidão e não foi atingido.
Confira aqui os três vídeos do acontecimento:
http://br.youtube.com/watch?v=O7eRMWE9rto
http://br.youtube.com/watch?v=KKVpRBYs5lc&feature=related
http://br.youtube.com/watch?v=6xjo6fAGO1U&feature=related
O primeiro vídeo mostra o estudante preso simplesmente por querer sair das dependências do prédio, que estava sendo injustificadamente bloqueada pela PM.

Trinta estudantes ficaram feridos e foram ao IML fazer exame de corpo delito. Uma estudante de medicina foi ferida gravemente na cabeça por uma cacetetada e teve que ser levada ao pronto-socorro do João XXIII.

O que se seguiu não tem explicação. A Reitora em exercício Helísa Starling negou ter tido responsabilidade ou mesmo conhecimento da presença da Polícia Militar no campus, e soltou nota à comunidade acadêmica na qual "repudia qualquer ação de violência praticada; informa que não autorizou nem a presença nem a ação da Polícia Militar e esclarece que serão tomadas providências para apuração dos fatos e das responsabilidades".

Mais tarde, criou sindicância para apurar os eventos transcorridos na noite do dia 03 de abril no IGC, e afirmou já ter entrado em contato com a PM para esclarecer o ocorrido.

Em que momento o mero debate acadêmico deixou de ser livre e se tornou passível de reprimendas por parte da administração universitária e do recurso à polícia militar por parte desta, não se sabe exatamente.

O simples fato de algo ser ilegal não implica em que o debate acerca deste seja solapado ou mesmo proibido. Ou será que a cada vez que se discutir um assunto polêmico na academia se estará dando ensejo à ação coibitiva da administração e a intervenção da polícia? Certamente ao que parece, esse evento abre precedentes para tal presunção. No entanto isso nunca devia ter acontecido. Não deveria existir a mera possibilidade de tais eventos terem se desenrolado da maneira na qual eles se deram.

A Universidade não pode se tornar espaço de repressão sancionada, de operações policiais claramente ilícitas e injustificadas, do enfraquecimento e debilidade do pensamento, da abstenção de questionamentos. Ou será que a lembrança da presença policial na universidade, plenamente ratificada na ditadura, já se tornou pálida nas mentes de Heloísa Starling e Cristina Augustin?

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