Estudantes e servidores da USP enfrentam PM durante passeata

Estudantes e servidores da USP enfrentam PM durante passeata, 21 de junho de 2007

Cerca de 300 estudantes e servidores da USP (Universidade de São Paulo) realizaram uma passeata no entorno do campus Butantã, localizado na zona oeste de São Paulo, nesta quinta-feira. Eles furaram um bloqueio montado por cerca de 20 homens do 16º BPM (Batalhão de Polícia Militar) em frente ao portão 1, na avenida da Universidade, principal porta de acesso ao campus.

Eles ocupam o prédio da reitoria desde o dia 3 de maio e exigem ser recebidos em reunião pela reitora Suely Vilela. A direção da universidade informou que só irá reabrir as negociações para discutir as pautas de reivindicações dos alunos após eles deixarem o local.

Uma parte do grupo — temerosa que a PM entrasse no prédio, pois poucos estudantes e alunos permaneceram no local — voltou correndo à reitoria. Outro grupo, composto por cerca de 250 alunos e servidores, continuou a passeata pela avenida Vital Brasil e voltou para a rua da Reitoria, onde está localizado o prédio.

Segundo Neli Wada, diretora do Sintusp (Sindicato dos Trabalhadores da USP), o grupo ficou irritado com a presença dos PMs no local e exigiu a saída deles. Os PMs então teriam liberado o grupo para que eles saíssem. A sindicalista afirma que a passeata durou pouco mais de uma hora: das 11h20 às 12h30.

Procurada para comentar o assunto, a assessoria de imprensa da PM não informou ao certo quantos policiais foram deslocados para o local. A PM afirmou que não se trata do acompanhamento para reintegração de posse — expedido pela Justiça desde o dia 16 de maio e com planejamento estudado pela tropa de choque desde o dia 18 de maio. Os policiais militares, ainda segundo a assessoria de imprensa, só foram enviados para garantir a preservação do patrimônio, mas não detalhou o que seria de fato essa "preservação" e nem confirmou a informação de que o grupo queria trancar o acesso principal ao campus.

A Folha Online apurou que pedido de presença da PM é feito toda vez que há uma manifestação desse tipo na USP. A reportagem apurou ainda que a direção da universidade contava com a informação de que os estudantes e servidores queriam trancar as entradas e saídas do campus nesta manhã. Procurada para comentar o assunto, a assessoria de imprensa da USP não soube informar quem teria chamado os homens para se posicioniarem em frente ao portão.

Negativa
Os alunos e servidores insistem em serem recebidos para negociar sua pauta de reivindicações com a direção da universidade. Na segunda (18) os alunos protocolaram uma solicitação pedindo que seja marcada uma data para que eles possam discutir quatro condicionantes estipuladas por eles que, se aceitas, podem significar a desocupação do prédio.

Em nota enviada à imprensa nesta quarta-feira (20) assinada pela reitoria da USP, a direção da universidade nega que tenha sido agendada uma reunião com os estudantes e que só tratará da pauta específica quando o local for desocupado.

A nota cita ainda que a posição é a mesma adotada desde a última reunião realizada com representantes de alunos e funcionários, no último dia 4.

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