CMI, 04/05/2007 20:23
Somente ocorreram mudanças significativas na história humana quando os oprimidos encostaram a faca na garganta dos opressores. A Revolução Francesa foi uma revolução violenta. Por isso deu certo. A Revolução Russa foi uma revolução violenta. Por isso os revolucionários consquistaram o poder.
Somente ocorreram mudanças significativas na história humana quando os oprimidos encostaram a faca na garganta dos opressores. A Revolução Francesa foi uma revolução violenta. Por isso deu certo. A Revolução Russa foi uma revolução violenta. Por isso os revolucionários consquistaram o poder. Os ingleses foram expulsos da América depois de uma guerra violenta. A Revolução Chinesa somente alcançou êxito depois de uma guerra sangrenta.
Não há como separar as mudanças significativas da história humana de uma guerra ou de uma revolução violenta. Mas então dirá algum observador perspicaz, a Índia não fez uma revolução violenta ? Certamente não, pois na Índia a não-violência é uma religião. Mesmo assim Gandhi morreu com um tiro. Mas os negros americanos conquistaram muita coisa sem violência ? Mesmo assim Luther King, o grande lider negro, morreu com um tiro.
Enfim, onde não houve revolução violenta nada deu certo. Vejam o Brasil. A escravidão e a opressão continuam até hoje. Os governantes que vieram nas caravelas ainda estão no poder ou próximo deles. Talvez se tivéssemos tido uma revolução violenta eles não estariam por aí, escondidos na sombra manipulando a mídia, manipulando jornalistas, bancos, etc.
Quem tem medo de uma revolução violenta é a classe dominante. Ela tem muito a perder com uma revolução desse tipo. Os oprimidos, ao contrário, se não morrerem lutando em uma revolução que visa alcançar a sua liberdade e a independência, morrerão com um tiro da polícia quando estiverem chegando do trabalho escravo em uma das milhares de periferias e favelas que existem neste país. Os oprimidos não perderão nada se iniciarem uma revolta armada sangrenta. Talvez a única coisa que percam seja as correntes da opressão, da exclusão e das desiguladades.
Enfim, discurso de não-violência e de direitos humanos é adequado e inerente aos grupos dominantes que moram nos bairros nobres onde os índices de homicídos são iguais a zero. Nesse locais o discurso da não-violência e dos direitos humanos colam. Em uma periferia onde os confrontos militares são comuns e se vive ouvindo tiros e explosões e convivendo com mortos na soleira da porta não-violência e direitos humanos é mito, conversa para boi dormir.
Quando a violência chegar nos bairros chiques e nobres, do jeito que ela existe na periferia, não tenham dúvidas, a situação será resolvida imediatamente. Enquanto for negro matando negro, pobre matando pobre, traficante matando traficante ou policial matando traficante, as mortes continuarão sendo tratadas como controle de natalidade.
Além disso, engana-se redondamente quem acha que o futuro será um lugar de paz e harmonia. O futuro será de guerras e guerras sangrentas. Por isso todos os países investem maciçamente em armas. Se o futuro fosse de paz ninguém investiria em armas, pois seria um dinheiro perdido. Inclusive se se analisar as notícias dos últimos anos observar-se-á que os maiores investimentos estão sendo feito em arsenais bélicos: armas nucleares, mísseis balísticos, escudo anti-míssil, projeto guerras nas estrelas, Guerra no Iraque, etc.
Esses investimentos militares tem uma razão: os recursos naturais e minerais se tornarão cada vez mais escassos e dominará esses recursos a nação que tiver poder militar para conquistá-los, ou seja, eu sou mais forte que você e você tem algo que eu quero e é essencial para a minha sobrevivência, o que eu faço ? Tomo de você. Se reclamar ainda leva um cascudo. Por isso o futuro será de guerras.
Inclusive há um documentário interessante sobre esse assunto chamado "Império do Caos". Pretendo disponibilizar esse documentário no You Tube um dia desses.
Portanto, a meta não iniciar uma guerra violenta e sangrenta o mais rápido possível, mas sim mostrar aos grupos dominantes que se a situação não for resolvida rapidamente, se a opressão e as exclusões não acabarem e as desigualdades não forem reduzidas, chegaremos a uma guerra sangrenta e violenta, inevitavelmente.
Por Leonildo Correa
Comentários
Revolução
Conrado 04/05/2007 21:44
Caro Leonildo, você afirma que a Revolução Francesa deu certo. Mas não foi ela mesma que gerou a classe que mais habilmente exerceu e tem exercido a opressão. A ascenção da burguesia teria como fim redistrbuir o poder entre o corpo social (poder este que se concentrava nas mãos da aristocracia) no entanto o que ocorreu foi o contrário, ou melhor, continuou da mesma maneira concentrado. Passou das mãos aristocratas para a dos burgueses. Algo parecido ocorreu com a revolução russa. O tal período da transição revolucionária do qual fala Marx efetivamente não se desdobrou e redundou numa ditadura socialista das mais violentas. Para arrematar me aproprio da frase do poeta palestino no filme "Nossa Musica" de GLG: ''Matar um homem para defender uma idéia não é defender uma idéia. É matar um homem''
abraço
Uma coisa é uma coisa…
Pedro Mundim 04/05/2007 23:45
"A Revolução Francesa foi uma revolução violenta. Por isso deu certo. A Revolução Russa foi uma revolução violenta. Por isso os revolucionários consquistaram o poder"
Ocorre que uma coisa é conquistar o poder, outra coisa é dar certo…
A História registra abundantes exemplos de soluções violentas que deram em nada. Veja o caso da Alemanha e do Japão: tentaram resolver tudo pela guerra, foram derrotados, arrasados e perderam milhões de vidas. Abdicaram da guerra, tornaram-se ricos e felizes.
Aliás, já é hora de vocês, esquerdistas, pararem com essa bobagem de chamar a revolução francesa de "burguesa". Acaso foram gordos banqueiros e impávidos comerciantes que derrubaram os muros da Bastilha e desfilavam pelas ruas com a vabeça dos nobres no espeto? Que sandice! A alta burguesia sempre foi aliada da nobreza, desde a renascença, vocês não estudam História? Quem fez a revolução francesa foi o povaréu, os pé-rapados, conhecidos como os sans-cullottes e os bras-nus, gente que não tinha vintém, pois só arrisca tudo quem não tem nada a perder. O mesmo se aplica à revolução americana: muitos dos soldados de Whashington não tinham nem sapato. Essas revoluções foram taxadas de "burguesas" em razão da classe média que se formou no rastro das idéias defendidas pelos revolucionários, e estes cidadãos encamparam estes ideais justamente porque foi graças a eles que prosperaram. Mas eles só se tornaram classe média bem mais tarde, no momento em que as revoluções foram feitas, eles eram simplesmente pobres, e alguns, paupérrimos.
A famosa "classe média universal" de Mundim
Curioso 05/05/2007 00:16
Pedro Mundim, insisto, sofre de uma síndrome herdada de nossa formação social, que não aboliu nem erradicou em amplos setores de nossa sociedade a mentalidade escravocrata ou colonialista e predatória.
A "síndrome de Gerson" que o persegue, aquela baseada em velhos e surrados ensinamentos judaico-cristãos como "cada um que faça por si que Deus faz por todos" ou "Mateus, primeiro cuida dos teus", ou "o mundo é dos espertos" e outros surrados refões repetidos por gerações e gerações como verdadeiros papagaios, explica sua repugnância pelos pobres e excluídos do sistema de exploração capitalista.
O Pedro Mundim parece aquele pobre que graças ao "jeitinho brasileiro" conseguiu entrar para a classe média e se apega a tudo para justificar sua condição de "vencedor". Não lhe importa que para "vencer na vida" implique fazer uso de trambiques e outras atividades ilícitas. Em sua concepção de mundo as maiores são "povaréu", "pé-rapados" que não deveriam nem existir porque "enfeiam" a sociedade e tira dela o "glamour" das vitrinas e das grifes consumidas pela trambiqueira "classe média universal" tão cultuada por ele mesmo.
Classe Média X Trambiqueiros
Pedro Mundim 05/05/2007 13:17
A classe média é constituída de trambiqueiros? Não procede. Os trambiqueiros bem-sucedidos são sempre minoria, sempre a exceção, e não a regra, pois ainda que milhões de pessoas acreditem piamente no jeitinho e na Lei de Gérson, apenas uma pequena minoria efetivamente consegue se dar bem em seus golpes. O brasileiro tem essa mania: ele se acha malandro, mas pensa que os outros são bobos. Só que os outros também são malandros.
A classe média não é constituída de trambiqueiros, mas de pessoas conservadoras que seguiram uma receita simples mas eficaz, que lhes foi legada por seus ancestrais: estudar, se formar, trabalhar, poupar, evitar os excessos, obedecer. A classe média raramente enriquece, mas também resiste ao empobrecimento. A classe média é em geral formada por indivíduos medíocres, turrões, cautelosos, desprovidos de imaginação, que vivem em meio a pizzas e elefantes de louça, mas é a classe média quem sustenta todo o resto.
A reacionária "classe média universal" de Mundim
Curioso 06/05/2007 11:07
Bem ao contrário do que tenta fazer crer Mundim com seu sofisma de que é a "classe média que sustenta todo o resto", é precisamente ela que impede, por seus valores, ideologia confusa e concepções burguesas logo, egoístas, individualistas e hedonistas) que as maiorias proletárias adquiram uma consciência de que são exploradas pelos burgueses que têm plena consciência do papel da própria "classe méia universal", como "colchão" ou "amortecedor" da luta de classes do proletariado contra os interesses dos capitalista.
Quem foi usada pelos burgueses e imperialistas na chamada "Marcha da Família com Deus e contra o Comunismo" em 1964?
A ditadura sabia perfeitamente se perdesse o apoio social e político da classe média (adulando-a com vagas na universidade e empregos no serviço público e nas multinacionais, cairia como um castelo de cartas. E foi exatamente isso que aconteceu. Quando já não tinha mais nada para oferecer a ela, essa foi às ruas pela "Diretas Já" e mandou os milicos de volta aos quartéis para fazer ordem unida até que sejam outra vez convocados pela burguesia e o imperialismo.
A Classe Média é, em todos os países, uma classe parasitária e reacionária (não conservadora com afirma Mundim). Mas numa coisa concordo com o Mumdim: seu pavor de ficar pobre e entrar para o proletariado a fizeram votar em Lula quando acordaram do sonho ilusório do "plano real" para enganá-la por algum tempo até que as privatizações fosse completadas.
A Violência é a Parteira da História
Malatesta 15/05/2007 10:58
"Las Revoluciones no son juegos de niños, ni debates académicos donde sólo las vanidades quedan heridas en furiosos encuentros, ni justas literarias en las que sólo se derrama profusamente la tinta. La Revolución significa guerra, e incluye la destrucción de hombres y cosas. Naturalmente, es una lástima que la humanidad no haya inventado todavía un medio más pacífico de progreso, pero hasta el presente todo paso adelante en la historia sólo se ha conseguido tras un bautismo de sangre. En esta cuestión, la reacción poco puede reprochar a la Revolución sobre este punto; siempre ha vertido más sangre que ella." — Bakunin, La Revolución es el derrocamiento del Estado.
Todas as revoluções são feitas pelo Povo
Reacionária 15/05/2007 11:09
Todas as revoluções são feitas pelo Povo. A revolução Francesa não foi exceção. A burguesia, sozinha, era incapaz de derrotar o Feudalismo e por isso recorreu ao Povo, prometendo Liberdade, Igualdade e Fraternidade.
Depois, da vitória comum é usufruída apenas pelos parasitas sociais.
"Em geral, os choques que ocorrem na velha sociedade favorecem de diversos modos o desenvolvimento do proletariado. A burguesia vive em guerra perpétua; primeiro, contra a aristocracia; depois, contra as frações da própria burguesia cujos interesses se encontram em conflito com os progressos da indústria; e sempre contra a burguesia dos países estrangeiros. Em todas essas lutas, vê-se forçada a apelar para o proletariado, reclamar seu concurso e arrastá-lo assim para o movimento político, de modo que a burguesia fornece aos proletários os elementos de sua própria educação política, isto é, armas contra ela própria." — Marx/Engels, Manifesto do Partido Comunistaraw text