Precisamos de unidade, comando centralizado e focalizar nos objetivos

CMI, 05/05/2007 22:14
Por Leonildo Correa

Acabei de sair da Assembléia de ocupação e estou preocupado. A unidade do movimento está se quebrando. Os objetivos estão se perdendo e as intrigas pessoais estão aparecendo. Enfim, estamos chegando num ponto crítico do movimento e se não centralizarmos o comando e reduzirmos as fragmentações os grupos dominantes da USP irão vencer. Inclusive acho que a estratégia da USP é justamente esta: esperar o cansaço dos alunos e investir na intrigas pessoais.

Outro ponto preocupante é o fato de reunir Assembléia para qualquer coisa. Quero ir no banheiro - chama uma Assembléia. Quero beber água - chama uma Assembléia, etc. Companheiros, existem coisas que não precisam ser levada para Assembléia. Existem coisas que são óbvias, são lógicas, que temos que fazer independentemente de Assembléia para segurar o movimento e garantir a ocupação. Temos que fazer com que todos ajam uniformemente, apontando para os objetivos estabelecidos

Além disso, precisamos de um comando centralizado que analise todos os pontos do movimento e proponha saídas rápidas. Dentro desse comando alguém deve permanecer em contato direto com os demais alunos dizendo o que deverá ser levado discutido em Assembléia. Se a todo momento tudo parar e virar uma discussão sem fim, não chegaremos a lugar nenhum. A reitoria está investindo nisso.

Nossos adversários atuam de forma centralizada. Sentam e discutem seus ataques. Montam suas estratégias e armadilhas e estão correndo na dianteira, pois tem os outros integrantes dos grupos dominantes (gente da pesada), assim como as mídias, defendendo suas posições e atacando o movimento de ocupação. Eles atuam uniformemente, enquanto nós fazemos Assembléias que estão levando a uma perda de foco.

A carta do vice-reitor é uma indicação clara de que a tendência é não ceder e investir no esvaziamento do movimento. Temos que reagir a isso centralizando o comando do movimento e nos preparando para um conflito com as forças de opressão. Não teremos tempo para fazer Assembléias quando a polícia bater na porta para invadir. A polícia vai atacar com violência e vão começar jogando bombas dentro do prédio, etc.

Portanto, eu proponho a formação de um grupo de comando que assuma o controle do movimento e outorgue competências para comissões específicas e que somente as questões de extrema relevância seja levada à Assembléia. Algumas comissões já existem, mas podemos criar outras, sendo as comissões soberanas nos assuntos para os quais foram criadas. Comissões que trabalhem para alcançar o objetivos objetivos comuns decididos pela Assembléia.

Comentários

Comissões de ocupação

Leonildo Correa 05/05/2007 22:41
Ao invés de discutir todos os temas em Assembléia, é mais fácil discutir os temas no âmbito das comissões. E cada comissão tem que ser soberana nos assuntos que controla, somente levando questões relevantíssimas para discussões na Assembléia. Algumas comissões outras precisam ser criadas e devem começar a trabalhar imediatamente.

Assim, precisamos das seguintes comissões:

  1. Negociação — negocia com os opressores;
  2. Comunicação — Dissemina o movimento e busca apoio;
  3. Impressão — Cuida da impressão dos materiais necessários;
  4. Segurança — zela pela integridade do prédio e monitora as entradas e saídas
  5. Alimentação — Cuida da comida;
  6. Espionagem — monitora a movimentação da guarda universitária, a entrada de policiais no Campus e as ações da procuradoria da USP na justiça;
  7. Resistência — cuida das respostas para o caso de uma ação policial contra o movimento de ocupação.

Se cada uma dessas comissões funcionarem perfeitamente alcançaremos nosso objetivo. Mas cada membro tem que dar o sangue pela comissão. Sem dispersão e sem intrigas pessoais.

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