Jornal da UFLA, 12 de março de 2008
Sobre as ocorrências registradas no Alojamento Estudantil da UFLA
Os fatos estão sendo apurados, não sendo possível afirmar, com exatidão, o que realmente aconteceu. Existem duas versões, uma dos estudantes e outra dos servidores do SOSP-UFLA (Serviço Orgânico de Segurança Patrimonial). A versão assinada pelos prefeitos também está publicada na página da UFLA. A versão do SOSP é a que segue.
Há duas ocorrências, uma registrada no sábado, dia 08/3, de um suposto trote aplicado por estudantes veteranos (em número de seis, todos residentes no Alojamento Estudantil) em um estudante calouro.
Os servidores vigilantes da UFLA receberam a denúncia feita pelo calouro e registraram um Boletim de Ocorrência, para apuração dos fatos na segunda-feira, dia 10/3. Os estudantes que aplicaram ou tentaram aplicar o trote não foram identificados. Um dos prefeitos do Alojamento afirmou aos servidores vigilantes saber quem são, mas não iria identificá-los por conhecê-los.
A segunda ocorrência, registrada no domingo, dia 09/3 às 19h30, ao que parece foi motivada pela primeira. Alguns dos estudantes envolvidos organizaram uma manifestação envolvendo maior número de estudantes e simularam um quebra-quebra no Alojamento Estudantil. Ligaram para a portaria da UFLA e informaram que estava acontecendo uma “quebradeira” no Alojamento. Quando chegaram no local, os servidores vigilantes se assustaram com a cena, pois estudantes estavam jogando objetos pela varanda do prédio, atingindo o pátio e rua lateral, como portas de armários, garrafas e latas de cerveja, aparelho vídeo-cassete, almofadas e toalhas ateadas com fogo. O servidores vigilantes, temendo estar acontecendo um confronto entre estudantes e preocupados com a segurança dos moradores, optaram por solicitar apoio da PMMG, já que os mesmos não têm treinamento para enfrentar situações de conflito (os servidores vigilantes da UFLA fazem somente a segurança patrimonial). O tenente Rocha compareceu no local, avaliou a situação e recomendou a ação dos policiais militares, que são treinados para conter situações como a que aparentemente estava em curso. Segundo informações do chefe do SOSP-UFLA Evaldo, não houve qualquer abuso por parte dos policiais da PMMG e toda ação foi acompanhada pelos servidores vigilantes da UFLA, nas dependências do Alojamento.
O chefe do SOSP afirmou que o diálogo com os estudantes foi tentado, sem sucesso, tanto pelos servidores vigilantes da UFLA como pelos policiais militares da PMMG. O que mais assustou os moradores foi o estouro de um artefato de efeito moral, lançado fora do Alojamento, o que faz parte da estratégia da PMMG.
Ainda, segundo o servidor Evaldo, dois prefeitos informaram que a manifestação dos moradores do Alojamento foi contra a resolução CUNI nº 004, de 30/01/08, que proíbe o trote aos calouros da UFLA.
Felizmente as partes entraram rapidamente em entendimento (policiais, moradores do Alojamento e servidores da SOSP-UFLA) e a situação foi contornada, não havendo outros desdobramentos.
Por fim, é necessário registrar que “em momento algum os servidores vigilantes da UFLA solicitaram a intervenção da PMMG com a finalidade de impedir uma manifestação estudantil, como alguns professores querem dar a entender na “lista” de discussão via internet, até porque o fato ocorreu numa noite de domingo, o que seria inócuo para um ato estudantil. A intenção foi única e exclusivamente zelar pela segurança dos moradores e do próprio Alojamento Estudantil, que por se localizar no interior do câmpus universitário, é responsabilidade institucional da UFLA”.
Uma Comissão de Inquérito Disciplinar (CID) foi constituída para apuração dos fatos (Professor César Freire de Carvalho — presidente, pelo CUNI; Professora Priscila Vieira Rosa Logato, membro pela PRG e Administradora Lidiane Fátima Evangelista, membro pela PROAD) em 11/3/08. Oportunamente o resultado do trabalho da referida Comissão será divulgado para a Comunidade Acadêmica da UFLA.
Nota divulgada pela Administração Superior da Universidade Federal de Lavras.